sábado, 24 de abril de 2010

Aristóteles: A Psicologia.
A alma e a sua tripartição.
Aristóteles dedica uma atenção muito particular ao seres animados elaborando uma grande quantidade de tratados, ao quais se destaca pala originalidade o valor especulativo, o celebre tratado sobre a Alma.
→Os seres animados se diferem dos inanimados pelo fato da alma. Aqui surge uma pergunta. Os animais e os vegetais não possuem alma como os homens? Mas o que é alma para Aristóteles? Aristóteles percebia as coisas como sinolos (conjuntos) de matéria e forma.
Matéria é potência.
Forma é enteléquia (ato) movimento.
Aristóteles usa um silogismo como resposta:
Silogismo: 1ª-Premissa:“É necessário que a alma seja substância como forma de corpo físico que tem vida em potencia; mas a substancia como forma é enteléquia;
2ª Premissa- A alma portanto é enteléquia de um corpo assim.
Conclusão:Portanto, a alma é enteléquia primeira de um corpo físico que tem vida em potencia”
Na perspectiva Aristotélica dos sinolos potencia—enteléquia não existe dicotomia. Para que haja potencia é preciso enteléquia e vice-versa.
Aristóteles afirma que a alma é o principio da vida e que ela deve ter a capacidades, funções ou partes que presidem essas operações e as regulam.
Os fenômenos e funções principais da alma são:
1ª-Alma vegetativa: nascimento, nutrição e crescimento.
2ª-Alma sensitiva: sensação e movimento.
3ª-Alma intelectiva: conhecimento, deliberação e escolha.
Vamos observar paulatinamente estas três partes.
1ª-Alma vegetativa: Alma vegetativa é o principio elementar da vida ou seja, o principio que governa e regula as atividades biológicas.
A alma vegetativa preside a reprodução.
A vegetativa é independente da sensível e intelectiva. Por ex: todos seres vivos reproduzem.
A reprodução e a forma do finito se tornar em infinito, de participar do eterno enquanto espécie.
2ª-Alma sensitiva: o conhecimento sensível, o apetite e o moimento. Aristoteles interpreta a sensação na doutrina metafísica da potencia e enteléquia (ato).
A faculdade sensitiva é a capacidade de sentir quando se entra em contato com o objeto sensível.
Duas características do sensível.
Sensíveis próprios- quando um sensível entra em contato com o sensível próprio. Por ex: tato.
Sensíveis comum-Não é perceptível por nenhum dos cincos sentidos em particular, mas podem ser percebidos por todos. Por ex: movimento, figura e quietude. É sentir quando não há contato com o a potência mas sentir em contato com o ato.
Apetite: O apetite nasce em conseqüência da sensação. Quem tem sensação sente prazer e dor, e quem os experimentam também tem desejo, o desejo é apetite do agradável.
Movimento: o movimento deriva do desejo.
É o desejo posto em movimento
Assim apetite e o movimento dependem estreitamente da sensação.
A alma Intelectiva:
O ato intelectivo é análogo ao ato perceptível. Diz Aristoteles: “O órgão dos sentidos não existe sem o corpo, enquanto a inteligência existe por sua própria conta”.
Diferenciação da alma-Intelecto potencial (possível) e Intelecto agente (ativo).
Intelecto possível- É a capacidade de perceber o sensível (tornar todas as coisas)
Intelecto agente- É a capacidade de tornar as coisas em conhecimento.
E esse intelecto é separado não misturado e intacto por sua essência.
Separado da matéria ele é somente aquilo que precisamos e somente ele é imortal e eterno.
Aristóteles afirma expressamente que esse intelecto ativo esta na alma.
Alguns interpretes afirmam que o intelecto agente é Deus. E de fato parece que Aristóteles afirma isso mesmo quando ele diz “o intelecto vem de fora e somente ele é divino”
A afirmação que o intelecto vem de “fora” significa que ele é irredutível (indomável) ao corpo por sua natureza intrínseca e que portanto é transcendente ao sensível.
Significa que há em nós uma dimensão meta-empirica, supra-fisica e espiritual. E isso é o divino em nós.
Mas não sendo Deus, o intelecto agente reflete as características do divino. Como afirma Aristóteles: “ Mas parece que o intelecto está em nós como uma realidade substancial que não se corrompe”.
O intelecto não se deteriora mas sim o sujeito que possui o intelecto. Ex: o velho que recebe um olho novo.
Por isso quando o sujeito perece já não recorda e não ama: com efeito recordar e amar não são próprio do intelecto mas sim do que perece.
Aristóteles não consegui resolver as numerosas aporias (dificuldades) que essa aquisição comportava.
Também do conceito do Espiritual em nós ele não conseguiu resolver as inúmeras aporias que daí deriva.
As ciências praticas: A ética e a Politica.
Depois das ciências teoreticas na sistematização do saber, vêm as ciências praticas que diz respeito a conduta do homem (ética) e a conduta do individuo na sociedade (política).
Iniciaremos pela Ética.
Todas as ações humanas tendem para o bem supremo que todos os homens concordam em chama de felicidade.
Mas o que é felicidade?
Para a maior parte é o prazer. Mas uma vida gasta para o prazer é uma vida “semelhante aos escravos” uma vida “digna de animais”
Para alguns a felicidade é a honra.
Para outros a felicidade esta em juntar riquezas. Para Aristóteles essa é a mais absurda das vidas chegando a ser vida “contra a natureza” a riqueza é apenas um meio para outras coisas.
O bem supremo realizável pelo homem é aperfeiçoar-se enquanto homem naquelas atividades que diferenciam o homem de todas as outras coisas.
O homem que quer viver bem deve viver sempre segundo a razão.
As virtudes éticas como “justa meio entre os extremos”
A virtude ética não é pois razão pura, mas uma aplicação da razão.
Esse tipo de virtude se adquire com a repetição de uma serie de atos sucessíveis, ou seja, com o habito.
A conquista dessa virtude se dá praticando.
Só aprende aprendendo tocar, tocando, dançar-dançando, jogar-jogando, da forma que temos ações justas tornamo-nos justos, ações moderadas-moderados, ações corajosas-corajosos. Assim as virtudes tornam-se como hábitos ou modo de ser.
A virtude tem a ver com paixões e ações, nas quais o excesso e a falta constituem erros e são censurados, ao passo que o meio é louvado e constitui a retidão.
A ética condiciona o homem a agir moderadamente.
A ética é o ponto de equilíbrio.
A ética faz uso da razão para o equilíbrio.
Dentre todas as virtudes éticas destaca-se a justiça que é a “justa medida”.
Virtudes dianoética.
Phonesis-sabedoria- A sabedoria consiste em dirigir bem a vid do homem, ou seja, deliberar de modo correto acerca daquilo que é bem ou mal.
Sofhia-conhecimento- É o conhecimento daquelas realidades que estão acima.
É no exercício da sofhia que constitue a perfeição da atividade contemplativa que o homem alcança a fellicidade máxima.
Politica: Cidade e o cidadão.
Para Aristóteles o individuo é concebido em função da cidade e não a cidade em função do individuo.
Aristóteles usa uma expressão paradigmática definindo o homem como “animal político”.
Aristóteles não considerava cidadão todos aqueles que vivem em cidade e sem aos quais a cidade não poderia existir.
Para ser um cidadão é preciso particpar da administração da coisa pública.
Nessa questão as esturutas sociopolíticas do momento histórico condicionam o pensamento aristotélico à teorização da escravidão Diz Aristóteles: “ É escravo por natureza quem pertence a alguém e potencia (matéria) e por isso torna-se posse de alguém em ato (alma)”.
Estados e suas formas.
O estado pode ter diferentes formas ou constituição.
Constituição é a estrutura que dá ordem a cidade.
Aristóteles separa três formas de governo, três concentrados no interesse comum e três no interesse próprio.
Interesse comum-monarquia, aristocracia e politia.
Interesse próprio-tirania , oligarquia e democracia.
Aristóteles que a melhor forma de governo na polis é a politia. A politia é praticamente um meio caminho entre a oligarquia e a democracia.
O estado ideal.
Para Aristóteles a cidade perfeita deveria se-lo na medida do homem, nem muito populosa nem muito pouca (equilíbrio, razão).
Os cidadãos (que como sabemos, são aqueles que governam diretamente) seriam guerreiros quando jovens, conselheiros e quando velhos sacerdotes.
Por fim como a felicidade da cidade depende da felicidade do cidadão individualmente, seria necessário tornar cada cidadão o mais virtuoso possível , mediante a educação.

Nenhum comentário:

Postar um comentário