sábado, 28 de agosto de 2010

INATISMO E EMPIRISMO.

Na idade Moderna, a filosofia muda a sua perspectiva de analise. Depois de vários anos de repreensão racional, considerado Idade Media uma época em que a racionalidade era tida com heresia e pecado. Uma época em que o cristianismo tinha mais fundamentação política do que religiosa onde o mito e a ignorância predominavam como instrumento de opressão e sujeição. Esse era o cenário de uma época em que a ciência e o desenvolvimento humano ficaram retardados e sem fruto racional para o progresso da humanidade.

Depois desse período vem o chamado período do renascimento, esse período como o próprio nome diz, é o renascer da razão e da investigação para o desenvolvimento do homem que retardou onze séculos.

Nesse período, houve varias manifestações culturais, artísticas e filosóficas. E um pensamento que ficou obscurecido pela repressão do catolicismo fora o Empirismo e o Racionalismo, duas correntes filosóficas que estudam a epistemologia ou axiologia.

No Renascimento ou também chamado de Idade Moderna, alguns filósofos irão resgatar esse tema e analisá-lo de forma bem peculiar.

E esse trabalho tem como perspectiva destacar três filósofos de cada teoria do conhecimento.

Iniciaremos pelo Inatismo (Racionalismo).

O que quer dizer essa palavra Inatismo? Quando essa teoria surgiu e quem foi o primeiro a desenvolver essa teoria? Quais e o representante dessa teoria na Idade Moderna?

Essas três perguntas orientarão o desenvolvimento da teoria Inatista.

Segundo Chauí em seu livro Convite à Filosofia, ela diz “O Inatismo afirma que ao nascermos trazemos em nossa inteligência não só os princípios racionais, más também algumas ideias verdadeiras, que, por isso, são ideias inatas” (Chauí, 2004, pg.69).

Essa teoria tem como princípio afirmar que o homem não nasce desprovido de um conhecimento, mas, que ao nascer o homem tem um conhecimento que precisa ser despertado através do dia a dia e de um contato com o objeto ou com a realidade.

Um dos precursores dessa teoria foi o filósofo pré-socrático Parmênides que viveu 530-460.

O grande principio da verdade de Parmênides, que é o próprio principio da verdade (o “sólido coração da verdade robusta”), é este: o ser é e não pode ser; o não-ser não é e não pode ser de modo nenhum. “Ser” e “não ser”, portanto, são tomados no significado integral e unívoco: o ser é o positivo puro e o não-ser é o negativo puro, um é o absoluto contraditório do outro. A argumentação é muito simples: tudo aquilo que alguém pensa e diz, é. Não se pode pensar a não ser pensando aquilo que é. Pensar o nada significa não pensar de fato, e dizer o nada significa não dizer nada. Por isso o nada é impensável e indizível. Assim, pensar e ser coincidem: “...pensar e ser é o mesmo”. (Reale, Antiseri, 2003, pg,33).

Quando ele diz “pensar e ser é o mesmo” ele afirma a teoria inatista, onde só pensamos aquilo que é pensável. Esse pensamento de Parmênides parece ser o ponto de partida para o pensamento da Idade Moderna de René Descartes, quando ele diz “Penso logo existo”

Na Idade Moderna, surge um homem chamado René Descartes, um racionalista que vai romper com o pensamento estabelecido. Um pensamento ainda com resquício da Idade Media.

René Descartes, foi um pensador alemão que viveu nos anos de 1596 a 1650, foi um grande filósofo da sua época. Sua principal filosofia era a existência do ser enquanto ser pensante.

René Descartes parte do principio da indução, onde podemos fazer interferências a partir daquilo que já sabemos.

“As idéias claras e distintas são idéias gerais que não deriva do particular, mas já se encontram no espírito como fundamentações para as apreensões de outras verdades. São idéias Inatas, verdadeiras, não sujeitas a erro, pois vêm da razão, independentes das idéias que “vêm de fora”, formadas pela ação dos sentidos, e das outras que nós formamos pela imaginação. Inatas porque são inerentes à nossa capacidade de pensar” (Chauí, 2004, pg.,131).

Todas as possibilidades de conhecermos têm como principio um conhecimento inato, algo inerente em nosso ser.

Para descartes o conhecimento não é proveniente de uma experiência, mas, sim de um ato racional para apreensão de outras verdades.

Descartes mostra que nosso espírito possui três tipos de idéias que se diferenciam segundo a sua origem e qualidades.

Idéia adventícias: (vindo de fora) (Chauí, 2004, pg., 70) Essas são as aquelas que se originam a partir de nossas sensações, percepções e lembranças, são idéias experiências sensoriais. Essa é enganosa, onde há uma variação de entendimento. Como por exemplo: andando no asfalto em um dia bem quente, adiante vejo um asfalto molhado, mas quando chego mais perto, vejo que era apenas o asfalto quente. Qual das duas imagem são reais? Essa idéia causada pelos sentidos é são ilógicas, pois estabelecem uma ambigüidade de imagem.

Idéias fictícias: essas são aquelas que criamos em nossa mente, em nossa imaginação, e que de fato nunca existiu, mas é real em nossa mente. Ela é muito usada na literatura, artes e contos infantis.

Idéias inatas: São idéias que de hipótese nenhuma poderia vir de uma experiência sensorial. Essas idéias são racionais, pois só podem existir por que já nascemos com ela. É idéia inerente a todos os homens.

De acordo com essas três idéias, percebemos que o homem já é presenteado por certo tipo de conhecimento prévio de todas as coisas, mas que se faz necessário um despertar para esse conhecimento.

Depois de analisarmos o pensamento Inatista e seu precursor na Idade Antiga, e depois de um grande tempo de obscuridade racional na Idade Media, Descartes teoriza essa teoria de forma mais abrangente, passaremos agora a analisar o pensamento Empirista.

O que quer dizer essa palavra Empirismo? Quando essa teoria surgiu e quem foi o primeiro a desenvolver essa teoria? Quem são os representantes dessa teoria na Idade Moderna?

Assim com na teoria Inatista, essas três perguntas nos orientarão nessa nova teoria.

O que quer dizer a palavra Empirismo?

Segundo Aranha e Martins, 2003, pg., 132 Empirismo é “Empirismo vem do grego empeiria que significa experiência”

O Empirismo é uma teoria que afirma que o conhecimento vem através da experiência cotidiana. Para se adquirir conhecimento segundo os empiristas se faz necessária experiência sensível do uso dos sentidos.

O que dizem os Empiristas?

A afirmação dos empiristas é que todo nosso conhecimento advém da experiência dos sentidos, isto é das sensações. Tudo aquilo que é sentido excitam nossos sentidos produzindo assim certa forma de conhecimento. Por exemplo: cor, frio, calor, são uma forma de conhecimento advindo da experiência. Se uma pessoa nunca fosse exposta ao frio, como que ela poderia identificar se estava com frio? Seria impossível essa identificação sem uma experiência prévia. Por isso todo conhecimento empirista esta associado a sensibilidade dos sentidos.

Na Idade Moderna, temos vários representantes dessa teoria, são alguns deles: Francis Bacon, John Locke e Leonardo Boff.

Francis Bacon (1561-1626) é um empirista que remonta e realça Rogers Bacon, em sua ciência que poderia desempenhar na vida da humanidade.

Segundo Bacon, o conhecimento para tornar uma ciência se faz necessário um experimento onde haverá uma constatação e uma dominação da natureza.

Francis Bacon critica a lógica aristotélica fundamentada no ideal dedutivista onde dificultam a apreensão da realidade.

Para Francis Bacon, a indução é um método onde se faz uma associação e depois dessa associação uma constatação por meio de um instrumento.

1) Ídolos da tribo:A saber, os erro da raça humana "fundamentados em a natureza como tal" (não se sabe, pois, o verdadeiro porquê);

2) Ídolo da caverna: (por alusão à caverna de Platão) determinados pelas disposições subjetivas de cada um.

3), Ídolos do foro: Erros da praça, provenientes do comércio social ou da linguagem imperfeita;

4) Ídolos do teatro: Isto é, os erros provenientes das escolas filosóficas, que substituem o mundo real por um mundo fantástico, por um jogo cênico.

Todos esses tipos e ídolos apresentado por Bacon, representa a sua teoria empirista.

Outro empirista é John Locke, viveu entre 1632-1704.

“Locke critica a doutrina da idéias inatas de Descartes, afirmando que a alma é como uma tabula rosa, como uma cera em que não há qualquer impressão, e o conhecimento só começa após a experiência sensível”. (Aranha, Martins, 2003, pg, 133).

Para Locke nossa alma é livre de todo conhecimento prévio, onde todo nosso conhecimento será impresso a partir das experiências. Não trazemos nada de onde viemos, e todas as formas de apreensão esta sujeita a um contato com o objeto, por meio dos sentidos que temos, sejam eles audição, visão, tato, paladar ou olfato.

John ao escolher esse caminho da psicologia ele distingue duas fontes possíveis para nossa idéia: a sensação e a reflexão.

Sensação é a modificação feita na mente por meio dos sentidos”. (Aranha, Martins, 2003, pg, 133).

Reflexão é a percepção que a alma tem daquilo que nela ocorre”. (Aranha, Martins, 2003, pg, 133).

Com essas palavras Locke diz que, a modificação feita através de uma experiência sensível traz uma mudança na mente que outrora era diferente. E nessa modificação ocorre a reflexão que ocasiona em uma idéia simples na mente.

Leonardo Boff, um teólogo brasileiro define essa palavra de forma mais abrangente e mais compreensiva em um dês seus livros chamando “Experimentar Deus “ele diz:

“Experiência é a ciência ou o conhecimento (ciência) que o ser humano sai de si mesmo (prep. em grego: ex: exposto a, esta orientado para fora) e procura compreender um objeto por todos os lados (prep. em grego: peri:ao redor ). A experiência na é um conhecimento teórico ou livresco. Mas é adquirido em contato com a realidade que não se deixa penetrar facilmente e que ate se opõe e resiste ao ser humano. Por isso em toda experiência existe um quociente forte de sofrimento e de luta”. (Boff, 2002, pg, 42).

A partir dessa definição de Leonardo Boff, podemos compreender que, o conhecimento é adquirido a partir da sensibilidade e de um contato com o objeto do conhecimento. Boff teoriza o conhecimento de Deus a partir de um contato com o homem.

Para o homem conhecer a Deus, não se pode apenas ter a idéia de Deus, mas sim experimentar Deus a cada dia no viver cotidiano com o próprio homem. Conhecer o homem como o próximo é o meio mais eficaz de conhecer a Deus.

Portanto durante séculos, vários homens se apegaram a desvendar a apreensão do conhecimento. Uns usaram o Inatismo para explicar, outros o Empirismo para mostra o único meio de apreensão do conhecimento.

Todas essas correntes de pensamentos tem fundamentações coerentes e eficazes, mas, todas também têm suas falhas e questionamentos.

Em qual se apegar e defender? Não tenho resposta e nem tenho a pretensão de persuadir alguém através dessa exposição das correntes de pensamento, mas apenas demonstra como esse pensamento influencia nosso modo de perceber a vida de forma diferente.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:

CHAUÍ, Marilena; Convite à filosofia. Ed. Ática, ano, 2004.

ARRUDA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando. Introdução à Filosofia. Ed. Moderna, São Paulo, ano,2003.

BOFF, Leonardo. Experimentar Deus. Ed. Versus, Campinas São Paulo,2002.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

TRABALHO ACADÊMICO: CURSO DE LETRAS.

terça-feira, 25 de maio de 2010

terça-feira, 4 de maio de 2010

AFINAL, O QUE É ÉTICA?
É correto mentir a fim de salvar uma vida? A pergunta postula um conflito em normas éticas. Contar a verdade é mais importante do que salvar vidas? O que você faria? As várias respostas a esta pergunta podem ser usadas para ilustrar seis abordagens básicas à ética . Todos os pontos de vista éticos têm a ver com perguntas éticas fundamentais, viz. existem normas éticas válidas? Se existem, quantas são? E se existirem muitas normas éticas, o que se faz quando duas delas entram em conflito? A pessoa conta uma mentira para salvar uma vida, ou sacrifica uma vida para salvar a verdade?
NORMAN GEISLER.

sábado, 1 de maio de 2010

sexta-feira, 30 de abril de 2010

"και γνωσεσθε την αληθειαν και η αληθεια ελευθερωσει υμας"
"E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertara" João.8.32

sábado, 24 de abril de 2010

Vidas secas :Uma analise sociológica
Vidas secas de Graciliano ramos ,um clássico da literatura brasileira ,nos dá varias possibilidades de análise. Podemos achegar ao texto abordando várias perspectivas, alguns podem analisar pelo viés da psicologia ,observando o homem em seu isolamento diante do mundo e de si mesmo. Também pela analise geográfica do sertão brasileiro, outros ate pelo viés religioso. Nós abordaremos esta obra rica em detalhes pelo viés da sociologia, analisando os Por quês da situação social de Fabiano e sua família
Para fazer essa analise iremos usar como fonte de pesquisa os textos :Landim, Teobaldo: seca a estação do inferno; Candido, Antonio: ensaio sobre Graciliano ramos, 1918; Freyre, Gilberto; sobrados e molambos.1998. Através desses autores que iremos analisar pelo viés sociológico o sertão de Fabiano .
Iniciaremos citando Freyre “No Brasil patriarcal, o menino–enquanto considerado menino–foi sempre criatura conservada a grande distancia do homem”.
A partir desse trecho podemos analisar a relação do pai com o filho. O pai detentor da autoridade máxima dentro do núcleo familiar não permitia a socialização do filho. O patriarca tinha o poder de mandar e desmandar segundo os seus critérios até a vida do filho estava sujeita a autoridade do pai. Os “párvulos” (1998) “eram tratados como criatura estranha ...tratado como resto”.
A forma de relacionamento entre pai e filho era semelhante ao do senhor e escravo. O menino era castigado, humilhado e isolado “....seu corpo era o mais castigado dentro da casa”. Não havia o dialogo como forma de ajustar a situação. Existia a arrogância e a prepotência do patriarca fazendo de sua posição um meio de dominação sem questionamento .
Observando estes fatores sociais que era considerado “folclore” (1998) enxergamos em Fabiano, o patriarca do núcleo família no sertão .
Fabiano carregando o ranço patriarcal de seus antepassados, reproduz o patriarcalismo arcaico. Não é difícil de perceber esse ranço, no primeiro capitulo “mudança” (1938) nos primeiros parágrafos temos a expressão de um homem que vive sobre as rédeas do patriarcalismo .
Depois da descrição do sertão temos a primeira manifestação de maltrato dos meninos. O menino mas velho cansado de caminhar põe–se a chorar e parou sentado no chão. E Fabiano o patriarca excomunga o menino “anda condenado do diabo.... não obtendo resultado, fustigou–o com a bainha da faca de ponta” (1938). Essa atitude Fabiano expressa que ainda no sec.XX o patriarcalismo imperava no Brasil .
As atitudes de Fabiano não era fato isolado, mas uma reprodução das suas experiências quando criança .
Fabiano o homem inautêntico reproduz de forma semelhante à forma patriarcal. Depois de excomungar o filho e espancar ele “desejou matá-lo” (1968).
Esses comportamentos nos explicam o modelo sociológico de criação de filhos no Brasil de 1938, explicando o porquê às crianças de nosso país são tão maltratadas até hoje. O filho mais velho com o filho mais novo eram vitimas da desgraça que seu pai passara no passado, e por este não ter recebido instrução reproduziu os mesmos atos vividos.

Bibliografias:

Graciliano Ramos, Vidas Secas.
Landim, Teobaldo: Seca a Estação do Inferno;
Candido, Antonio: ensaio sobre Graciliano Ramos, 1918;
Freyre, Gilberto; Sobrados e Molambos.1998.
Aristóteles: A Psicologia.
A alma e a sua tripartição.
Aristóteles dedica uma atenção muito particular ao seres animados elaborando uma grande quantidade de tratados, ao quais se destaca pala originalidade o valor especulativo, o celebre tratado sobre a Alma.
→Os seres animados se diferem dos inanimados pelo fato da alma. Aqui surge uma pergunta. Os animais e os vegetais não possuem alma como os homens? Mas o que é alma para Aristóteles? Aristóteles percebia as coisas como sinolos (conjuntos) de matéria e forma.
Matéria é potência.
Forma é enteléquia (ato) movimento.
Aristóteles usa um silogismo como resposta:
Silogismo: 1ª-Premissa:“É necessário que a alma seja substância como forma de corpo físico que tem vida em potencia; mas a substancia como forma é enteléquia;
2ª Premissa- A alma portanto é enteléquia de um corpo assim.
Conclusão:Portanto, a alma é enteléquia primeira de um corpo físico que tem vida em potencia”
Na perspectiva Aristotélica dos sinolos potencia—enteléquia não existe dicotomia. Para que haja potencia é preciso enteléquia e vice-versa.
Aristóteles afirma que a alma é o principio da vida e que ela deve ter a capacidades, funções ou partes que presidem essas operações e as regulam.
Os fenômenos e funções principais da alma são:
1ª-Alma vegetativa: nascimento, nutrição e crescimento.
2ª-Alma sensitiva: sensação e movimento.
3ª-Alma intelectiva: conhecimento, deliberação e escolha.
Vamos observar paulatinamente estas três partes.
1ª-Alma vegetativa: Alma vegetativa é o principio elementar da vida ou seja, o principio que governa e regula as atividades biológicas.
A alma vegetativa preside a reprodução.
A vegetativa é independente da sensível e intelectiva. Por ex: todos seres vivos reproduzem.
A reprodução e a forma do finito se tornar em infinito, de participar do eterno enquanto espécie.
2ª-Alma sensitiva: o conhecimento sensível, o apetite e o moimento. Aristoteles interpreta a sensação na doutrina metafísica da potencia e enteléquia (ato).
A faculdade sensitiva é a capacidade de sentir quando se entra em contato com o objeto sensível.
Duas características do sensível.
Sensíveis próprios- quando um sensível entra em contato com o sensível próprio. Por ex: tato.
Sensíveis comum-Não é perceptível por nenhum dos cincos sentidos em particular, mas podem ser percebidos por todos. Por ex: movimento, figura e quietude. É sentir quando não há contato com o a potência mas sentir em contato com o ato.
Apetite: O apetite nasce em conseqüência da sensação. Quem tem sensação sente prazer e dor, e quem os experimentam também tem desejo, o desejo é apetite do agradável.
Movimento: o movimento deriva do desejo.
É o desejo posto em movimento
Assim apetite e o movimento dependem estreitamente da sensação.
A alma Intelectiva:
O ato intelectivo é análogo ao ato perceptível. Diz Aristoteles: “O órgão dos sentidos não existe sem o corpo, enquanto a inteligência existe por sua própria conta”.
Diferenciação da alma-Intelecto potencial (possível) e Intelecto agente (ativo).
Intelecto possível- É a capacidade de perceber o sensível (tornar todas as coisas)
Intelecto agente- É a capacidade de tornar as coisas em conhecimento.
E esse intelecto é separado não misturado e intacto por sua essência.
Separado da matéria ele é somente aquilo que precisamos e somente ele é imortal e eterno.
Aristóteles afirma expressamente que esse intelecto ativo esta na alma.
Alguns interpretes afirmam que o intelecto agente é Deus. E de fato parece que Aristóteles afirma isso mesmo quando ele diz “o intelecto vem de fora e somente ele é divino”
A afirmação que o intelecto vem de “fora” significa que ele é irredutível (indomável) ao corpo por sua natureza intrínseca e que portanto é transcendente ao sensível.
Significa que há em nós uma dimensão meta-empirica, supra-fisica e espiritual. E isso é o divino em nós.
Mas não sendo Deus, o intelecto agente reflete as características do divino. Como afirma Aristóteles: “ Mas parece que o intelecto está em nós como uma realidade substancial que não se corrompe”.
O intelecto não se deteriora mas sim o sujeito que possui o intelecto. Ex: o velho que recebe um olho novo.
Por isso quando o sujeito perece já não recorda e não ama: com efeito recordar e amar não são próprio do intelecto mas sim do que perece.
Aristóteles não consegui resolver as numerosas aporias (dificuldades) que essa aquisição comportava.
Também do conceito do Espiritual em nós ele não conseguiu resolver as inúmeras aporias que daí deriva.
As ciências praticas: A ética e a Politica.
Depois das ciências teoreticas na sistematização do saber, vêm as ciências praticas que diz respeito a conduta do homem (ética) e a conduta do individuo na sociedade (política).
Iniciaremos pela Ética.
Todas as ações humanas tendem para o bem supremo que todos os homens concordam em chama de felicidade.
Mas o que é felicidade?
Para a maior parte é o prazer. Mas uma vida gasta para o prazer é uma vida “semelhante aos escravos” uma vida “digna de animais”
Para alguns a felicidade é a honra.
Para outros a felicidade esta em juntar riquezas. Para Aristóteles essa é a mais absurda das vidas chegando a ser vida “contra a natureza” a riqueza é apenas um meio para outras coisas.
O bem supremo realizável pelo homem é aperfeiçoar-se enquanto homem naquelas atividades que diferenciam o homem de todas as outras coisas.
O homem que quer viver bem deve viver sempre segundo a razão.
As virtudes éticas como “justa meio entre os extremos”
A virtude ética não é pois razão pura, mas uma aplicação da razão.
Esse tipo de virtude se adquire com a repetição de uma serie de atos sucessíveis, ou seja, com o habito.
A conquista dessa virtude se dá praticando.
Só aprende aprendendo tocar, tocando, dançar-dançando, jogar-jogando, da forma que temos ações justas tornamo-nos justos, ações moderadas-moderados, ações corajosas-corajosos. Assim as virtudes tornam-se como hábitos ou modo de ser.
A virtude tem a ver com paixões e ações, nas quais o excesso e a falta constituem erros e são censurados, ao passo que o meio é louvado e constitui a retidão.
A ética condiciona o homem a agir moderadamente.
A ética é o ponto de equilíbrio.
A ética faz uso da razão para o equilíbrio.
Dentre todas as virtudes éticas destaca-se a justiça que é a “justa medida”.
Virtudes dianoética.
Phonesis-sabedoria- A sabedoria consiste em dirigir bem a vid do homem, ou seja, deliberar de modo correto acerca daquilo que é bem ou mal.
Sofhia-conhecimento- É o conhecimento daquelas realidades que estão acima.
É no exercício da sofhia que constitue a perfeição da atividade contemplativa que o homem alcança a fellicidade máxima.
Politica: Cidade e o cidadão.
Para Aristóteles o individuo é concebido em função da cidade e não a cidade em função do individuo.
Aristóteles usa uma expressão paradigmática definindo o homem como “animal político”.
Aristóteles não considerava cidadão todos aqueles que vivem em cidade e sem aos quais a cidade não poderia existir.
Para ser um cidadão é preciso particpar da administração da coisa pública.
Nessa questão as esturutas sociopolíticas do momento histórico condicionam o pensamento aristotélico à teorização da escravidão Diz Aristóteles: “ É escravo por natureza quem pertence a alguém e potencia (matéria) e por isso torna-se posse de alguém em ato (alma)”.
Estados e suas formas.
O estado pode ter diferentes formas ou constituição.
Constituição é a estrutura que dá ordem a cidade.
Aristóteles separa três formas de governo, três concentrados no interesse comum e três no interesse próprio.
Interesse comum-monarquia, aristocracia e politia.
Interesse próprio-tirania , oligarquia e democracia.
Aristóteles que a melhor forma de governo na polis é a politia. A politia é praticamente um meio caminho entre a oligarquia e a democracia.
O estado ideal.
Para Aristóteles a cidade perfeita deveria se-lo na medida do homem, nem muito populosa nem muito pouca (equilíbrio, razão).
Os cidadãos (que como sabemos, são aqueles que governam diretamente) seriam guerreiros quando jovens, conselheiros e quando velhos sacerdotes.
Por fim como a felicidade da cidade depende da felicidade do cidadão individualmente, seria necessário tornar cada cidadão o mais virtuoso possível , mediante a educação.
A celebração do capitalismo religioso.
Mateus 6.24.
O capitalismo é uma forma de sobrevivência do homem. Em um mundo capitalista não há espaço para a solidariedade e fraternidade. O individualismo é um preceito desse modo de vida.
O capitalismo tem chegado ao seu ápice quase em todo o mundo. Todas as necessidades do homem estão ligadas ao capitalismo. As relações humanas também estão baseadas em um capitalismo selvagem, transformando o homem (ser criado à imagem de Deus) em uma simples peça de uma engrenagem.
Eu faço uma pergunta; e a igreja será que foi atingida pelo capitalismo? Será que as relações filadelfos (amor de irmãos) estão baseadas no capitalismo?
A igreja de Cristo chamada para ser diferente está contaminada com essa postura social de relacionamento.
Em um mundo capitalista, onde as necessidades são supridas através do dinheiro, se torna difícil não participar desse meio de suprir nossas necessidades.
O erro não está em os crentes participarem desse capitalismo, mas, sim em fazer disso seu deus, tomando o espaço do Deus criador. Nós os cristão a cada dia somos influenciados a sermos politeístas. E muitos crentes sinceros têm-se tornado politeísta.
Nós amamos a Deus, e adoramos o cartão de credito, honramos a Deus, mas oferecemos holocausto ao consumismo.
Não há relação entre essas duas posturas de vida, ou você agrada a um e desagrada o outro. Não podemos servir a Deus e acender uma vela ao dinheiro. É como a água e o óleo não têm como misturar.
As ralações de comunhão no corpo de Cristo estão sendo influenciadas pelas relações dos ímpios. A valorização do individuo no corpo de Cristo está baseada no valor de seu dizimo e não em seu valor diante de Deus. Fomos cauterizados pelo capitalismo, estamos cegos em meio a esse emaranhado de coisas como diz Hebreus. 12.1 “Portanto, nós também, pois, que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo embaraço e o pecado que tão de perto nos rodeia e corramos, com paciência, a carreira que nos está proposta,”. Nunca iremos avançar em direção a vontade de Deus se não sairmos desse embaraço da vida.
A economia passa pelo capitalismo e deve gerar vida e não desigualdade social que gera descaso, solidão e morte. Nós os cristãos precisamos parar de olhar para dentro de nós mesmos, como aconteceu na renascença, onde reinava antropocentrismo. Somos chamados a sermos justos, solidário, fraterno e misericordioso. Cristo nos chamou para olharmos para fora das paredes, de templos bem erigidos, das roupas caras, dos automóveis de luxo e do individualismo. Somos chamados a sermos diferentes.
Tema: Experimentar Deus
Texto. Romanos. 5.3-4.
“E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência, E a paciência à experiência, e a experiência a esperança”.
Introdução
Hoje quero meditar com os irmãos sobre uma palavra que é ex-peri-ência.
Essa palavra é um das mais discutidas e difíceis de nossa tradição ocidental.
Vamos analisar essa palavra numa perspectiva essencial que nos permite articular Deus como experiência dentro de nossa historia pessoal e coletiva.
A etimologia da própria palavra ex-peri-ência nos forneça a primeira achega à sua compreensão.
Experiência é a ciência ou conhecimento (ciência) que o ser humano adquire quando sai de si mesmo (ex) e procura compreender um objeto por todos os lados (Peri).
A experiência não é um conhecimento teórico ou livresco. Mas é adquirido em contato com a realidade que nãos deixa penetrar facilmente e que ate se opõe e resiste ao ser humano. Por isso toda a experiência existe um quociente forte de sofrimento e de luta.
A experiência resulta do encontro com o mundo, num vai-e-vem incessante, encontro que nos permite construir e também destruir representações que havíamos recebido da sociedade ou da educação.
O conhecimento que resulta desse embate é precisamente o que chamamos de experiência. Ela constitui uma riqueza que só quem passou por ela pode comunicar. Ela lhe confere auto-ridade, precisamente a autoridade de uma pessoa ex-perimentada.
O saber é um saber verificável que se fez verdade concreta e vital. Abertura, despojamento de pré-conceitos e de idéias-feitas são condições indispensáveis à experiência. Fechar-se a experiência é negar-se ao questionamento, à chance de enriquecimento e revela atitude dogmática e fundamentalista, portanto manifesta um saber não verificável, que não sub-siste nem re-siste em contato com a realidade experimentada.
Para conhecermos Deus é preciso termos experiência. Experiência que nos possibilita um olhar para fora de nós mesmo.
A palavra ex-peri-ência, em si mesmo nos diz muitas coisa.
A palavra peri- que em Latim quer dizer “ao redor de”, “em torno de” nos informa que a experiência não resulta de uma percepção isolada, mas constitui a síntese de muitas combinações reunidas.
Pela experiência Deus se faz cada vez mais presente dentro de quem quer conhecê-lo, na medida em que ele se abre mais e mais a Deus ele compreende sua vontade.
Vamos analisar uma preposição da palavra experiência. Que é a preposição (ex). Ex. é uma preposição da língua latina que significa “estar orientado para fora” “exposto a” “aberto para” temos, por exemplo, as palavras: ex-clamação, ex-posição, ex-istência.
Neste sentido, ex exprime uma característica fundamental do ser humano como ex-istência. Ele é um ser que ex-iste voltado para fora em dialogo e em comunhão com o outro ou com Deus. Eu só consigo ter ex-periência com Deus quando eu afasto de mim mesmo e começo a olhar para o próximo, amando-o com o mesmo amor que Deus me ama.
Essa é a ex-periência que Deus quer que tenhamos, uma ex-periência que nos afasta de nós mesmos para chegarmos ao outro.
Hoje as igrejas estão querendo ter experiências com Deus, mas querem dentro de quatro paredes, não se jogando ao mundo, não olhando para o peri “ao lado de, em torno de”.
As igrejas estão centradas em si mesmo, vendendo uma indulgência, vulgarizando um Deus bondoso e caridoso.
Deus espera mais de sua igreja, Ele acredita que sua igreja nunca vai se contaminar com o mundo, e nem se envolver com meretrizes e donzelas que se disfarçam para enganar os fieis.
As igrejas estão formando crentes que têm in-periência, uma experiência voltada para seu próprio ser e necessidade. Somos medíocres e avarentos, pecadores conscientes de nossa mediocridade e avareza. É hora de nós crentes regenerados pelo Cristo crucificado, levantarmos tomarmos uma decisão seria e coerente de, olharmos para fora de nós mesmos tendo de fato uma ex-periencia com Deus.
Experimentar Deus é isso olhar para além de si mesmo e sair ex, e olhar em torno peri. Pois só assim conseguiremos ter de fato e real experiência com Deus.

ESSÊNCIA!!

Tema: Essência.
Texto: Romanos. 3.20.

Ora, sabemos que tudo o que a lei diz, aos que vivem na lei o diz para que se cale toda boca, e todo o mundo seja culpável perante Deus,
visto que ninguém será justificado diante dele por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado
”.
Lendo o livro de Romanos, vemos o apostolo Paulo expondo seu pensamento em relação ao cristianismo. Pensamento que está baseado nas palavras de seu grande Mestre, Jesus, O Cristo.
Paulo como um bom judeu, conhecia toda a lei Fl.3.5, não só a conhecia como praticava.
Seus escritos se diferem dos outros escritos apostólicos, não só pela erudição, mas pela compreensão da vontade de Deus sobre a humanidade.
Os judeus gloriavam-se ser filho de Abraão, e tinha como prática da moral um código de leis para orientá-los.
Mas o que de fato é a lei? Para que servia a lei? Ela servia para orientar a não pecar? Ou ela mostrava o pecado das pessoas?
A lei para o Apostolo Paulo, não tinha como função, levá-lo a andar corretamente, mas sim acusar o pecado que ele cometia, como ele mesmo diz “Romanos 4:15 porque a lei suscita a ira; mas onde não há lei, também não há transgressão”. Ou seja, a lei só os condenava.
Será que nós como cristãos conhecedores das verdades de Deus, precisamos basear nossas atitudes através de um código de leis? Cristo nos ensinou um código de leis ou um modo de viver que corresponda à vontade de Deus?
Quando uma pessoa tem como moral um código ou a tradição, será que ele de fato é uma pessoal que tem moral?
Será preciso que outra pessoa fale o que é certo ou errado para que eu possa escolher?
Paulo se referindo aos gentios, diz que eles não conheceram a lei, mas praticavam a lei “ Romanos.2.14-15: Quando, pois, os gentios, que não têm lei, procedem, por natureza, de conformidade com a lei, não tendo lei, servem eles de lei para si mesmos.
Estes mostram a norma da lei gravada no seu coração, testemunhando-lhes também a consciência e os seus pensamentos, mutuamente acusando-se ou defendendo-se”.
Este texto está bem claro, a moral não está em um código de leis, mas, sim está implantada no coração de cada pessoa. Não é uma coleção de analise sociológica que vai me dizer se estou certo ou não, mas, sim a lei moral implantada em cada coração, que o acusa ou aprova.
Deus não vai estar com uma copia da Constituição Brasileira para lhe julgar, mas sim com as intenções do seu coração diante daquele fato.
Podemos ser cidadãos corretos, cumpridores de todos os preceitos legais, mas com um coração impuro e maldoso.
A lei não tem valor para me justificar diante de Deus, mas, me mostrar os erros cometidos por mim.
Friedrich Nietzsche (ateu) em seu livro “Aurora” fala em novo nascer da moralidade ele diz: “a moralidade não é outra coisa senão a obediência aos costumes sejam eles quais forem; ora, os costumes são a maneira tradicional de agir e avaliar”. E continua “tradição é uma autoridade superior à qual se obedece, não porque ordene o útil, mas porque ordena”. Será que Nietzsche estava errado em dizer isso?
Quando eu baseio meu senso de moral pela tradição eu não estou sendo moral, mas apenas cumprindo preceitos históricos, apenas repetindo uma pratica que naquele momento histórico era valido, mas, que agora não se encaixa em meu contexto. Por exemplo: antigamente pedir a bênção era um sinal de respeito, hoje é a mesma coisa? O fato de eu deixar de pedir a bênção faz de mim uma pessoa que não respeita os mais velhos?
Quando você pratica uma ação moralmente correto em que conceito está a sua moral?
Precisamos avaliar nosso senso de justiça e moral a luz das escrituras. Acima de praticar as justiças e as morais humanas, precisamos praticar a justiça e a moral que suplanta do coração de Deus. Moral que está além do exterior, da farsa e da hipocrisia.
O que eu pratico quando estou só, em uma viagem, no serviço ou em meu quarto, pode ser anunciado a todas as pessoas? Os meus pensamentos podem ser publicados para que todos leiam?
Muitas vezes nos enganamos em relação a ser uma pessoal moralmente correta diante de Deus. Como diz o próprio Cristo, Mateus. 15.8 “estes povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim” falamos uma coisa, mas nossa intenção é outra.
Enquanto a igreja de Cristo, não andar nos seus ensinamentos, ela será alvo de crítica e escárnio. Enquanto nós não tomarmos uma atitude de ter nossa justiça acima da dos fariseus, nós seremos reconhecidos como povos de Deus, mas desobediente.