sábado, 14 de julho de 2012

Transcendência Cristã e Imanência Moderna

Transcendência Cristã e Imanência Moderna

Achamos a característica específica do pensamento clássico na solução dualista do problema metafísico. Existem o mundo e Deus, mas são separados entre si: Deus não conhece, não cria, não governa o mundo. Tal dualismo não será negado, mas desenvolvido no pensamento cristão mediante o conceito de criação, em virtude da qual é ainda afirmada a realidade e a distinção entre o mundo e Deus, mas Deus é feito criador e regedor do mundo: o mundo não pode ter explicação a não ser em um Deus que transcende o mundo. O pensamento moderno, ao contrário, finaliza em uma concepção monista-imanentista do mundo e da vida: não somente Deus e o mundo são a mesma coisa, mas Deus é resolvido num mundo natural e humano. Consequentemente, não se pode mais falar em transcendência de valores teoréticos e morais, religiosos e políticos, pois "ser" e "dever ser" são a mesma coisa, o "dever ser" coincide com o "ser".
É evidente que a passagem da concepção dualista (clássica) à concepção teísta (cristã) é um desenvolvimento lógico, que se manifesta especulativamente no desenvolvimento tomista de Aristóteles. Pelo contrário, a passagem da concepção tradicional, teísta, à concepção moderna, imanentista, representa teoricamente uma ruptura. O pensamento moderno, todavia, especialmente o pensamento da Renascença, tem seu precedente lógico no panteísmo neoplatônico, que - após ter-se afirmado como extrema expressão do pensamento clássico - permanece através de todo o pensamento cristão em tentativas mais ou menos ortodoxas de síntese entre cristianismo e neoplatonismo (Pseudo Dionísio, Scoto Erígena, Mestre Eckart, etc.). E, por outra parte, o pensamento tradicional, helênico-escolástico, aristotélico-tomista, encontrará nos grandes valores da civilização moderna (a ciência natural, a técnica, a história, a política) sua integração lógica.
Não se julgue demolir a filosofia medieval, a metafísica tomista, opondo à sua elementar e fantástica ciência da natureza a ciência moderna com suas grandes aplicações técnicas, pois não é a ciência natural - capaz apenas de resolver os problemas da vida material, mas incapaz de resolver os problemas máximos da vida, espirituais, morais, religiosos - que pode decidir do valor de uma civilização. E a ciência natural da Idade Média não está absolutamente em conexão com o pensamento filosófico medieval; o próprio Tomás de Aquino julgava logicamente que a filosofia podia ser uma só, em adequação à realidade, ao passo que admitia a possibilidade de uma ciência natural diversa daquela do seu tempo. Além disso, se, de fato, a escolástica pós-tomista, decadente, alimentou suspeitas e combateu longamente contra a nascente ciência moderna, a favor da velha ciência natural aristotélica, a nova escolástica, isto é, o novo tomismo, não teve dificuldade alguma em aceitar toda a ciência natural moderna, e, como tal, porquanto esta representa uma valor infra-filosófico, e, como tal, indiferente à filosofia, à metafísica.
O valor da ciência moderna não é teorético, especulativo, metafísico, mas empírico e técnico. Tal era também o pensamento do grande fundador da ciência moderna, Galileu Galilei, que afirmava ser o objeto da ciência não as essências metafísicas das coisas, e sim os fenômenos naturais, experimentalmente provados e matematicamente conexos. E destes conhecimentos experimentais e matemáticos de fenômenos naturais derivava ele as primeiras grandes aplicações técnicas da ciência moderna. Aplicações técnicas que possuem também um valor espiritual, o do domínio natural do homem sobre a natureza: contanto que o homem reconheça, naturalmente, acima de si e de tudo, Deus.
O que dissemos da ciência, podemos dizê-lo analogamente da história. A historiografia medieval é, sem dúvida, insuficiente, ingênua, descuidada, pois, era escasso na mentalidade medieval o senso da concretidade e da individualidade, sem o qual não é possível a história verdadeira e própria. Mas a concepção medieval da história, que é a cristã e já teve a sua expressão clássica na Cidade de Deus de Agostinho é perfeitamente conciliável com a indagação histórica moderna, devendo esta última fornecer à primeira a sua rica contribuição de fatos, o seu profundo senso histórico, o seu interesse pela concretidade.
Costuma-se inculpar a civilização medieval por ter aniquilado o estado nacional concreto, orgânico, para construir uma unidade política grandiosa, mas abstrata, uma utopia universalista, como o Sacro Império Romano. No entanto, isto não foi senão uma expressão exterior daquela estrutura profunda que se chama a cristandade: equivalente civil da igreja católica, capaz de abraçar os mais diversos organismos políticos. Nem se deve esquecer que precisamente na comuna medieval se encontra a primeira origem do estado moderno, interiormente organizado e politicamente soberano. E é na Idade Média que se formam as grandes nações modernas. Noutras palavras, é na Idade Média que se formou o Estado distinto da Igreja, mas não leigo, imanentista, ateu, bem como o laicado distinto do clero e organizado civilmente em graus de corporações, mas cristão, católico, romano.
Poder-se-ia fazer notar que tal efetiva distinção e relativa autonomia do Estado (e do laicado) com respeito à Igreja (e ao clero) foram alcançadas através de uma longa luta contra o predomínio e a invasão destes últimos. Mas cumpre ter presente que, na alta Idade Média, no período bárbaro, nos séculos de ferro, a igreja romana e o clero católico desempenharam funções também leigas e profanas, como, por exemplo, a instrução cultural, a assistência hospitalar, e até a agricultura, a indústria, o comércio, as comunicações, etc., pelo fato de que ninguém estava em condições de fazê-lo. E é devido a isso que a civilização não pereceu, e foi conservada para a idade moderna. Aliás, a Igreja católica estava apta e disposta - a prescindir-se das intenções dos homens e de suas fraquezas fatais - a livrar-se desses cuidados estranhos gravosos e perigosos para o seu ministério transcendente e sobrenatural, quando os homens e os tempos estivessem maduros. Basta lembrar, a este respeito, a atitude da Igreja, praticamente liberal, compreensiva e ativa com respeito ao Estado, desde os comunas medievais até às grandes monarquias européias do século XVII e ainda além.

Os Precedentes do Pensamento Moderno

Dada a ruptura lógica entre o pensamento tradicional, teísta, e o pensamento moderno, imanentista, não se podem achar causas racionais dessa mudança, mas apenas práticas e morais. Em seguida virá a justificação teórica da nova atitude espiritual, que será constituída por todo o pensamento moderno em seu desenvolvimento lógico.
O grandioso edifício ideal da Idade Média, em que a religião e civilização, teologia e filosofia, Igreja e Estado, clero e laicado, estavam harmonizados na transcendente unidade cristã, foi, de fato, destruído pelo humanismo imanentista, que constitui o espírito característico do pensamento moderno. Este pensamento começa com a prevalência dada aos interesses e aos ideais materiais e terrenos, com o conseqüente esquecimento dos interesses e ideais espirituais e religiosos; e torna-se completo com a justificação dos primeiros e a exclusão dos segundos. É precisamente o que acontece com os homens inteiramente entregues aos cuidados mundanos: primeiro se esquecem das coisas transcendentes, e, em seguida, querendo ser coerentes, negam-nas.
Entretanto, se não há causas lógicas do pensamento moderno, há, porém, precedentes especulativos, que, valorizados pela nova atitude espiritual, se tornarão fontes especulativas do próprio pensamento moderno. Tais precedentes especulativos podem ser resumidos desta forma: o panteísmo neoplatônico, o aristotelismo averroísta e o nominalismo ocamista, os quais foram-se afirmando contemporaneamente a uma gradual decadência do genuíno pensamento escolástico (racional, teísta, cristão), especialmente tomista, com que se acham em oposição. E tal decadência cultural é acompanhada, por sua vez, pela decadência da Igreja e do Papado - o exílio avinhonês e o cisma do ocidente.
O panteísmo neoplatônico teve a sua primeira grande manifestação, no âmbito do cristianismo, com Scoto Erígena. Tentará afirmar-se de novo na própria época de Tomás de Aquino com Mestre Eckart, o iniciador da mística alemã. E receberá uma nova original elaboração do Humanismo com Nicolau de Cusa, que não pouco deve aos precedentes; e, sobretudo, com Giordano Bruno, o maior pensador da Renascença, o qual depende, por sua vez, de Nicolau de Cusa. O averroísmo latino afirmara na Idade Média a sua famosa doutrina das duas verdades: o que não é verdadeiro em filosofia pode ser verdadeiro em religião e vice-versa. Em uma idade cristã, como a Idade Média, a afirmação religiosa podia Ter a prevalência sobre a negação filosófica; obscurecendo-se a fé, como na Renascença, devia prevalecer uma concepção anti-cristã, aristotélica ou não. O occamismo marca a conclusão lógica da decadente escolástica pós-tomista, apesar de seus partidários se comprazerem em denominá-la via modernorum. E, ao mesmo tempo, apresenta um elemento fundamental da filosofia moderna com o seu empirismo e nominalismo. Nicolau de Cusa, Telésio, Bruno, Campanella serão também herdeiros do nominalismo empirista de Occam, que se combina, nos sistemas deles, com uma metafísica aventurosa de cunho particularmente neoplatônico.
Como é sabido, segundo Occam, o conhecimento humano é reduzido ao conhecimento sensível do singular e, portanto, ao nominalismo. Conseqüência lógica e consciente é a destruição da metafísica, que transcende o mundo empírico, sensível, bem como da ciência, que é entretecida de conceitos, impossíveis de nominalismo, de sorte que se esvai da teodicéia, porquanto não se pode provar racionalmente a existência de Deus, nem conhecer a sua natureza; e a psicologia racional, pelo mesmo motivo. E, consequentemente, torna-se impossível a ética racional, porque - sendo desconhecida a essência de Deus e destruída a do homem - a moral fica reduzida a um conjunto de preceitos arbitrários de Deus, que o homem tem que observar por fé. Occam procurará salvar-se do ceticismo - conclusão do seu sistema, com todas as conseqüências práticas - mediante a fé. Entretanto é uma posição insustentável, porquanto a fé - não podendo mais ser um racional obséquio - torna-se uma adesão cega. Em época de religiosidade ainda viva, esse fideísmo ocamista pôde praticamente ficar de pé. Mas ruirá quando a fé vier a faltar, deixando o terreno livre ao empirismo, ao naturalismo, ao nominalismo, ao ceticismo, imanentes ao ocamismo, e que constituirão tão grande parte do pensamento da Renascença, da Reforma e também do pensamento posterior.

Os Períodos do Pensamento Moderno

Este grande movimento especulativo, que é o pensamento moderno, naturalmente não se manifesta na sua significação imanentista senão na plenitude do seu desenvolvimento. Portanto, manifesta-se através de uma série de períodos, que se podem historicamente (e dialeticamente) indicar assim:
1. - Antes de tudo a Renascença , em que a concepção imanentista, humanista ou naturalista, é potentemente afirmada e vivida. Trata-se, porém, de uma afirmação ainda não plenamente consciente e sistemática, em que o novo é misturado com o velho. Este, muitas vezes, prevalece, ao menos na exterioridade da forma lógica e literária. A Renascença é preparada pelo Humanismo, e tem como seu equivalente religioso a reforma protestante.
2. - A este primeiro período do pensamento moderno, que, substancialmente, abrange os séculos XV e XVI, se seguem o racionalismo e o empirismo, que abrangem os séculos XVII e XVIII. Após a revolução renascentista e protestante, sente-se a necessidade de uma séria indagação crítica, não para demolir aquelas intuições revolucionárias, mas, ao contrário, para dar-lhes uma sistematização lógica. É o que fará especialmente o racionalismo em relação ao conhecimento racional.
3. - E outro tanto fará e empirismo em relação ao conhecimento sensível. Empirismo e racionalismo são tendências especulativas, gnosiológicas, opostas entre si, como a gnosiologia sensista está certamente em oposição à gnosiologia intelectualista. Entretanto, concordam em um comum fenomenismo, pois, em ambos, o sujeito é isolado do ser e fechado no mundo das suas representações. Não se conhecem as coisas e sim o nosso conhecimento das coisas.
4. - Empirismo e racionalismo, após uma lenta, gradual e silenciosa maturação, encontrarão uma saída prática, social, política, moral, religiosa no iluminismo e, portanto, na revolução francesa (Segunda metade do século XVIII); esta representa a concreta realização do pensamento moderno na civilização moderna. Esse movimento começa na Inglaterra, triunfa na França e se espalha, em seguida, na Alemanha e na Itália.

O Problema da Causalidade

O Problema da Causalidade

Segundo a Investigação sobre o Entendimento

Não temos necessidade de temer que esta filosofia, na medida em que tenta limitar nossas pesquisas à vida corrente, nunca destrua os raciocínios de vida corrente e leve suas dúvidas tão longe a ponto de destruir toda ação como toda especulação. A natureza sempre manterá seus direitos e, no fim, prevalecerá sobre os raciocínios abstratos. Mesmo que concluamos, por exemplo, que em todos os raciocínios tirados da experiência o espírito dá um passo que não é sustentado por nenhum progresso do entendimento, não há nenhum perigo que esses raciocínios, dos quais depende quase todo conhecimento, sejam afetados por tal descoberta. Se o espírito não está obrigado a dar esse passo por meio de um argumento, ele deve ser conduzido por outro princípio igual em peso e em autoridade; tal princípio conservará sua influência por tanto tempo que a natureza humana permanecerá a mesma. A natureza desse princípio bem merece que nos entrguemos ao esforço de investigar sobre ela.
Suponha-se que um homem, dotado das mais poderosas faculdades de razão e de reflexão, seja subitamente transportado por este mundo; certamente ele observaria de imediato uma contínua sucessão de objetos, um acontecimento seguir-se a outro; mas seria incapaz de descobrir outra coisa. De saída, ele seria incapaz, por meio de algum raciocínio, de atingir a idéia de causa e efeito, pois os poderes particulares que concretizam todas as operações naturais nunca se apresentam aos sentidos; e não é razoável concluir, unicamente porque um acontecimento precede outro em um único caso, que um seja a causa e o outro o efeito. Sua formação pode ser arbitrária e acidental. Não existe razão para se inferir a existência de um pela aparição do outro. Numa palavra, aquele homem, sem mais experiência, nunca faria conjecturas ou raciocínios sobre qualquer questão de fato; só estaria certo do que está imediatamente presente em sua memória e em seus sentidos.
Suponha-se ainda que este homem tenha adquirido mais experiência e que tenha vivido por muito tempo no mundo para que tenha observado a conjugação constante de objetos e de acontecimentos familiares; que resulta dessa experiência? Ele imediatamente infere a existência de um dos objetos pela aparição do outro. Todavia, ele não adquiriu, com toda sua experiência, nenhuma idéia, nenhum conhecimento do poder oculto pelo qual um dos objetos produz o outro; e não é por nenhum progresso de raciocínio que ele é obrigado a chegar a esta conclusão. Mas ele sempre se acha determinado a tirá-la; e, mesmo que o convencêssemos que seu entendimento de modo algum participa na operação, ele continuaria a ter o mesmo pensamento. Existe um outro princípio que o determina a estabelecer tal conclusão.Esse princípio é o costume, o hábito. Pois, todas a vezes que a repetição de uma operação ou de um ato particular produz uma tendência no sentido de renovar o mesmo ato ou a mesma operação sem o impulso de qualquer raciocínio ou progresso do entendimento, dizemos sempre que essa tendência é o efeito do costume. Ao empregar esta palavra não pretendemos ter dado a razão última de tal tendência. Apenas designamos um princípio de natureza humana, universalmente reconhecido e bem conhecido por seus efeitos.

O Problema do Mal

(Discurso de Filon nos Diálogos sobre a Religião Natural, capítulo XI)

Se todas as criaturas vivas fossem incapazes de sofrer ou se o mundo fosse administrado por volições particulares, o mal nunca teria acesso ao universo; e se os animais fossem dotados de uma ampla provisão de forças e de faculdades. se as diversas forças e princípios do universo fossem exatamente construídos para sempre conservar o temperamento justo e o justo meio, necessariamente teria havido muito pouco mal em comparação ao de que nos ressentimos efetivamente. Que diremos então nesta ocasião? Diremos que tais circunstâncias não são necessárias e que facilmente poderiam ter sido mudadas no arranjo do universo? Tal decisão parece demasiado presunçosa para criaturas tão cegas e ignorantes como nós. Sejamos mais modestos em nossas conclusões. Convenhamos que, se a bondade divina - entendo uma bondade tal qual a do homem - pudesse ser estabelecida por razões a priori admissíveis, esses fenômenos, por mais deploráveis que fossem, não bastariam para perturbar o dito princípio, mas poderiam facilmente, de algum modo desconhecido, se conciliar com ele. Todavia, afirmamos que, como essa bondade não é previamente estabelecida, mas deve ser inferida segundo os fenômenos, não pode haver nenhum motivo em favor de tal inferência, quando existem tantos males no universo, e que teria sido tão fácil remediar isto para tanto que o entendimento humano possa ser admitido a julgar em tal assunto. Sou suficientemente cético para convir que as más aparências, não obstante todos os meus raciocínios, podem ser compatíveis com tais atributos. Tal conclusão não poderia resultar do ceticismo: é preciso que ela provenha dos fenômenos e de nossa confiança nos raciocínios que deles deduzimos.
Vejam este universo em torno de vocês. Que imensa profusão de seres animados e organizados, sensíveis e agentes! Vocês admiram esta variedade e esta fecundidade prodigiosa. Mas examinem um pouco mais de perto essas existências vivas, as únicas que vale a pena considerar. Como são hostis e destruidoras umas para as outras! Como são insuficientes, tanto quanto são, para sua própria felicidade! Quão desprezíveis ou odiosas para o espectador! O todo só suscita a idéia de uma natureza cega, impregnada por um princípio vivificante e que deixa cair de seu regaço, sem discernimento nem cuidados maternos, seus filhos estropiados e abortados!
Aqui o sistema maniqueu se apresenta como uma hipótese adequada para resolver a dificuldade; e, sem dúvida, num certo sentido, ele é mais especioso e apresenta mais probabilidades do que a hipótese comum, na medida em que dá uma explicação plausível da estranha mistura de bem e de mal que surge na vida. Mas, por outro lado, se considerarmos a uniformidade e a concordância perfeitas das partes do universo, não descobriremos aí qualquer marca do combate de um ser malfazejo contra um ser benfazejo. É certo que existe uma oposição entre dores e prazeres nas afecções das criaturas sensíveis; mas todas as operações da natureza não se realizam por uma oposição de princípios como quente e frio, úmido e seco, leve e pesado! A verdadeira conclusão é que a fonte original de todas as coisas é inteiramente indiferente a todos esses princípios e prefere tanto o bem ao mal quanto o quente ao frio, o seco ao úmido ou o leve ao pesado.
Existem quatro hipóteses possíveis no que se refere às primeiras causas do universo: que são dotadas de perfeita bondade, que possuem perfeita maldade, que são opostas e ao mesmo tempo possuem bondade e maldade e que não possuem bondade nem maldade. Fenômenos mistos nunca poderiam provar os dois primeiros princípios, que são isentos de mistura. A uniformidade e a firmeza das leis gerais parecem se opor ao terceiro. Por conseguinte, o quarto parece muito mais provável.

Texto: Autor desconhecido.

terça-feira, 10 de julho de 2012

Uma Rflexão.


Tema: Mais que abundante em Cristo nosso Pastor.
Texto: Salmos. 23.1-2
Introdução
            Este Salmo foi escrito em uma época em que Davi desfrutava de grande prosperidade e descanso de guerra.  Ele contém simplesmente uma expressão de gratidão. Ao contrario do homem contemporâneo que quando vivem afortunados sepultam Deus, Davi não se esquecia de Deus na prosperidade, ele dizia claramente que as bênçãos temporais não fazem sentido se Deus não for glorificado e reconhecido.
Ele inicia:
V.1 “O Senhor é o meu Pastor”
            Davi de imediato faz uma declaração de sua dependência de Deus, dizendo: Jeová é aquele que cuida de mim.
Davi usa a figura do Pastor para figurar Deus.
As características do Pastor:
Manso; forte, corajoso, provedor, atencioso, cuidadoso, protetor, disciplinador etc...
Davi enxergava em Deus todas essas características. Davi era sensível ao mover de Deus em sua vida, em toda e qualquer situação ele via Deus movendo a seu favor.
            E nós? Será que podemos dizer igual a Davi que o Senhor é nosso Pastor com sinceridade? Somos sensíveis ao mover de Deus em nossas vidas? Ou achamos que as coisas acontecem por acaso?
Davi sabia que se o Senhor era seu pastor então nada iria falta.
Você crer que Deus é o seu Pastor? Então não fique ansioso com que você vai se vestir ou comer, pois os gentis é que ficam ansiosos por tais coisas. (Mt.6).
V.2: “Em verdes pastos me faz repousar e me conduz a águas tranqüilas”
            Quem já viu um gado ou uma ovelha em plena fome deitar-se sobre verdes pastos?  Deus é mais que abundante para Davi, ele repousa em meio à prosperidade.  Quantas pessoas que possuem grandes posses não conseguem repousar com tranqüilidade em seus bens. Precisam de drogas para ter uma noite de sono.
            As ovelhas não têm uma boa visão, ela consegue enxergar apenas um palmo a sua frente. O pastor sabendo dessa dificuldade, ao dar águas a elas ele faz um vala na beira do rio desviando a água para um local onde ela fica tranqüila, possibilitando assim que a ovelha mate sua sede sem cair no rio.
            O nosso Pastor não deixa que nas coisas mais simples fiquemos embaralhados. Ele está atento a todas as nossas necessidades.
            Ele nos conduz as águas tranqüilas.
Conclusão
O Senhor é mais que abundante pra você? Faça igual a Davi, coloque toda a sua vida nas mãos do Senhor, pois ele, somente ele é capaz de providenciar aquilo que necessitamos. Entregue o seu caminho a ele, confia nele e ele tudo fará.

Linguística em ação


Como podemos perceber, nos quatros teóricos existem semelhanças no que é a Linguística.
Todos concordam que a linguística tem por objetivo estudar a linguagem e suas nuances na sociedade organizada. 
Para Frâncico a lingüística é uma ciência preocupada em fornecer meios para que a linguagem em sociedade se dê em plena harmonia e compreensão. A lingüística na visão de Francisco não só se preocupa com a sistematização da língua, mas como ela se dá nos usuários. Para este teórico a lingüística não se preocupa só com a linguagem verbal, mas na linguagem escrita e gestual. A lingüística está preocupada em responder muito alem da expressão externas, ela está preocupada em responder os processos em que se dá a linguagem no processo físico, psíquico e psicosocial.
Em contra partida Rodolfo nos mostra outra perspectiva do estudo da linguística.
Rodolfo como funcionalista entende a língua como uma maquina que tem funções a exercer. Este teórico se preocupa em trabalhar a forma sistemática da língua. Todas as pessoas já nascem capacitadas a aprenderem uma língua, mas não sabem como essa língua funciona na sua estrutura. Este teórico se preocupa em responder está funcionalidade através da linguística.
Este teórico Ingedore V. G. Koch, a linguística estuda a linguagem de maneira como ela é posta em pratica.
Para este teórico a linguística é a ciência da linguagem verbal, ou seja, o seu funcionamento enquanto pratica.
A linguística estuda também a maneira como essa língua é posta em prática no seio da sociedade. Então, é importante haver sempre essa focalização muito grande na sua pratica.
Para Diana Luz Pessoa de Barros a linguística deve se preocupar em ser descritiva e explicativa.
Para essa teórica a linguística é a ciência que constrói um objeto que, a partir de Saussure, se considerou como sedo a língua, com Chomsky, como sendo competência.
O que caracteriza a linguística, seja ela uma ciência, seja ela um projeto de ciência, é o fato de ser descritiva e explicativa do objeto que construiu, podendo, portanto, variar nas diferentes teorias, mas tendo sempre de ser descritiva e explicativa. A sua principal característica vai ser de procurar descrever e explicar os fatos da língua, quer seja pensada como heterogeneidade, quer seja a língua pensada como um sistema ou como fatos de competência.
Para cada um desses teóricos a linguística tem um campo de atuação, formando assim uma diversidade do estudo da linguística. Não há entre os teóricos uma desarmonia de pensamentos, mas sim uma diversificação da ciência chamada linguística.
No que tange a relação entre os autores se a linguística é uma ciência ou não, todos de algum modo consideram a linguística como uma ciência que está a cada dia ganhado forças para atuar na sociedade.
O teórico Frâncico afirma categoricamente que a linguística é uma ciência por ela ter um objeto próprio, uma metodologia e um método de estudo rigoroso.
Para Rodolfo a linguística como ciência não pode ser confiável assim como em outras áreas a ciência é circunstâncional na linguística Rodolfo a considera não confiável.
Ingedore também afirma categoricamente que a linguística é uma ciência, e seu inicio como ciência se deu quando ela tirou tudo àquilo que não era linguística, foi a época do inicio do estruturalismo, quando a linguística tinha que provar que tinha objeto próprio, metodologia própria, terminologia própria.
E para Diana a linguística tem um caráter científico quando ela tenta descrever e explicar os fatos da linguística.
  
BIBLIOGRAFIA:
XAVIER, Antonio Carlos, CORTEZ, Suzana.
Conversa com os Lingüistas. Virtude e controvérsias
da Linguística. Ed.Parábola. São Paulo. Ano.2003.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Filosofia da Linguagem.

" Do caos provém, para o caos remete, no caos se
mantém e de volta ao caos retoma toda ordem e toda desordem,
o mundo e o imundo, tudo que está sendo, como tudo que não
está sendo".

                                                                                            WITTGENSTEIN, Ludwing.

Filosofia da Linguagem.

 Não que a palavra seja imperfeita e esteja, em face do visível,
num déficit que em vão se esforçaria por  recuperar. São  irredutíveis uma ao outro:
por mais que se diga o que se vê, o que se vê não se aloja jamais no que se diz, e por
mais que se faça ver o que se está dizendo por imagens, metáforas, comparações, o
lugar onde estas  resplandecem não é aquele que os olhos descortinam, mas aquele
que as sucessões da sintaxe definem.

Michel FOUCAULT